sábado, 25 de dezembro de 2010

A Voz Do Silêncio

Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.


(Martha Medeiros)

domingo, 12 de dezembro de 2010

...

Quando eu te vi andava tão desprevenido
Que nem ouvi tocar o alarme de perigo
E você foi me conquistando devagar
Quando notei já não tinha como recuar
E foi assim que nos juntamos distraídos
Que no começo tudo é muito divertido
Mas sempre tinha um amigo pra falar
Que o nosso amor nunca foi feito pra durar
Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar
Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar

Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Será sempre será
O nosso amor não morrerá
Depois que eu perdi o meu medo
Não vou mais te deixar

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os cães e eu


depois de um longo tempo sem escrever nada por aqui, volto pra falar dos responsáveis pela minha alegria ultimamente: meus cães. Georgine, apelidada por Gigi, Gigizita, Preta Branca, etc. e Chantilly, ou Chanty, Branco, Pelegrino, e outros nomes adoráveis e ridículos. minha história com cães é mais ou menos assim:
eu sempre fui apaixonada por eles, independente da raça. mas sempre tive poucos por pouco tempo. quando menor, morando com meus pais em uma casa grande o bastante para meus cães, eu gostava ainda mais. se pudesse, levava todos os cães da rua pra dentro de casa. mas faltava a responsabilidade de cuidar, afinal, eu não tinha maturidade pra ser mãe nem de cachorro. que eu lembro, meu primeiro cão foi uma Fox Paulistinha tricolor, o nome dela era Xuxa. não durou muito tempo lá em casa, já que quando começavam a dar trabalho, os cachorros eram misteriosamente extintos de casa. essa cadela, chegou até a criar, eu lembro vagamente dos filhotinhos dela. enfim, não lembro o que aconteceu com os filhotes, nem com a cachorra que sumiu. passou um tempo e eu quis incansavelmente um Basset, depois de muito insistir meu pai arrumou o tal pra mim. ele era pretinho e o nome dessa vez era Snoopy: ele era terrível, mas eu o amava. foi o cão mais indisciplinado que eu já tive, sem contar que ele fazia xixi no pneu dos carros, e meus pais logo logo arrumaram um outro lugar pra ele ficar: na casa do caseiro. e isso eu fiquei sabendo quando voltei de uma viagem crente que encontraria o cãozinho em casa. foi muito triste, fique 'de mal' com o meu pai e lembro que fiquei o dia inteiro trancada no quarto. passado o 'trauma' desisti de ter cães - até um dia passeando no sítio de uma tia minha, me apaixonei com a cria da cadela dela, a Diana, uma "doga" alemã, linda, preta e enorme. levei um fêmea para casa, o nome era Charlotte. foi o cão mais incrível e inteligente que eu já tive. ela apagava/acendia a luz no interruptor e só bebia água corrente. era perfeita, (até a minha mãe que sempre detestou cachorros, gostava dela.) e quando tudo parecia bem e eu acreditava que teria um cachorro por anos, ela adoeceu. na época o veterinário disse que era algum tipo de tumor, ela começou a ficar tristinha, a patinha não dianteira não apoiava no chão, foi muito ruim, acho que eu sofri mais que ela. compramos os remédios, e fizemos o tratamento. enfim, quando ela apresentou uma melhora, sumiu com um cachorrinho feio que ia visitar ela todos os dias. acho que ele ajudou no tratamento. não adiantou cercar a casa, no início ela pulava, ou passava debaixo e voltava pra casa toda arranhada e como o terreno é muito grande, era impossível outra forma de cercar. infelizmente. e assim ela foi até que não voltou mais. casou e mudou com o vira-lata. eu lembro que cheguei a procurar semanas, até mesmo uma vez estava na rua com uma amiga e achei ter reconhecido ela em outra cadela, que no final das contas, não era nada. desisti outra vez, não queria mais cachorro - até o dia em que tive que morar sozinha. e pra minha cia. pensava eu, nada melhor do que outro cachorro, que hoje mora na casa da minha melhor amiga. e esse é o Afonso, um Pug Abricot neto de campeões, lindo de morrer que veio de Porto Alegre. ele é a paixão da mãe dela, justamente por esse encarregado de outros motivos ele ficou com ela e não mais comigo, pra variar um pouco. (ah, eu escolhi esse nome porque Afonso era um amigo muito querido do meu pai.) acho que ele está bem, pesa uns 50 kg, mora em uma casa com mais outros cães e é muito querido por lá, e ainda me reconhece quando me vê. enfim, cheguei no presente e acho que agora, depois de muitas tentativas achei a raça perfeita pra mim, o Chihuahua. em menos de um ano, já adquiri dois 'exemplares' um do Paraná e o outro de São Paulo. São os que eu mencionei no início da postagem como principais responsáveis pela minha alegria. Chantilly e Georgine são meus filhos, e agora com 22 anos acho que já posso ser mãe de cachorro, enquanto algumas amigas minhas já são mães de verdade e o 'pedrigree' dos pais é pior do que o dos meus cães, rs, então estou bem também. devo dizer também que além dos trezentos chihuahuas que quero ter, sonho com um frenchie'(bulldog francês) preto ou bicolor, que vou ganhar de presente do meu namorado quando ele ficar famoso. ou antes disso. ;) PS: essa da foto é a minha Gigi.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eu no jogo da vida

Por muitas vezes fui um peão em um jogo de tabuleiro.
Mas eu ando tão cansada de ter que jogar. Quero pular casas, quero ter que parar só nas mais prósperas e afortunadas.
Quero não fracassar ainda que eu trapaceie.
Mas quem joga comigo não se cansa, de errar e acertar, de me fazer avançar e logo depois me fazer voltar ao início.
Quantas casas ainda faltam para acabar? uma, duas ou três, eu não me importo, quero terminar a partida, porque eu não suporto mais ser instrumento de diversão, que no final, ainda que eu ganhe, quem ganha não sou eu.
Eu não quero mais que dados e os seus números me façam avançar ou voltar atrás.
Ainda que eu perca a vez.
Quando for começar a próxima partida, por favor, não me escolha.
Estou cansada de jogar pra você.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DAR NÃO É FAZER AMOR

(Luís Fernando Veríssimo)

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Prova de fogo (Fireproof)

hoje de manhã vi um bom filme, religioso e completamente previsível, mas bonito, chorei do início ao fim, o que é completamente normal na minha condição de chorona, rsrs.
mas merece recomendação. mesmo não sendo uma pessoa religiosa, é possível filtrar mensagem do filme em outras percepções mas com o mesmo sentido. não desprezando, claro, as partes diretamente ligadas a religião, como por exemplo, uma cena (pra mim a mais bonita do filme), onde o pai e filho conversam perto de uma cruz e o filho levanta a questão: como demonstrar amor a alguém que o rejeita, e o pai o responde: 'é uma boa pergunta, se apoiando na cruz, que é mostrada, fazendo analogia a Jesus e a Deus, nessa questão, complementando depois a sua resposta.

O porquê

poucas vezes tive a intenção de ter um blog, ou melhor, tive e criei.
o que faltou foi paciência pra continuar.
mas depois de 'um vício chamado twitter', e outro chamado insônia, algumas coisas se tornam quase obrigatórias.
(quando não tem mais ninguém on line no msn pra conversar, não há nenhum recado novo no orkut pra ver, enviar, ou foto pra postar e o sono não chega...)

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23 anos, Cabeleleira e artificialmente ruiva.